alumbramentos

2.28.2005

13/06/2001


La Tierra Giró para Acercarnos
(Eugenio Montejo)

La tierra giró para acercarnos,
giró sobre sí misma y en nosotros,
hasta juntarnos por fin en este sueño,
como fue escrito en el Simposio.
Pasaron noches, nieves y solsticios;
pasó el tiempo en minutos y milenios.
Una carreta que iba para Nínive
llegó a Nebraska.
Un gallo cantó lejos del mundo,
en la previda a menos mil de nuestros padres.
La tierra giró musicalmente
llevándonos a bordo;
no cesó de girar un solo instante,
como si tanto amor, tanto milagro
sólo fuera un adagio hace mucho ya escrito
entre las partituras del Simposio.

28/02/2003

2.26.2005

quando 16 : wonkavision

Ah Vou te convencer, vou te convencer
te fazer trocar livros pelo mar
Ah Entendo você, entendo você
Tem que estudar se quiser passar
e se eu te disser
Tenho as respostas se quiser

então roube o carro do seu pai
passe aqui pra me pegar
uma hora e estamos lá
não vai nem desconfiar

Ah temos que voltar, temos que voltar
vai anoitecer e se ele notar
que o seu carro não
está no lugar vai me matar

coloca o cinto e segura
vou fazer isso voar
meia hora e estamos lá
como não vi o radar?
e essa sirene a soar?
e se eu acelerar?
nunca vão nos alcançar

2.25.2005

musicas que dão vontade de viver

"eu sou a chuva que lança
areia do Saara
sobre os automóveis de Roma
sou a sereia que dança
destemida Iara, água e folha
da Amazônia
eu sou a sombra da voz
da matriarca da Roma negra
você não me pega
você nem chega a me ver
meu som te cega careta
quem é você?
que não sentiu o suingue
de Henri Salvador
que não seguiu olodum
balançando o pelô
e que não riu com a risada de
Andy Warhol
que não que não
e nem disse que não
sou um preto norte-americano
forte com um brinco de ouro na orelha
sou a flor da primeira música
a mais velha e a mais nova
espada e seu corte

sou o cheiro dos livros desesperado
sou Gita Gogóya
seu olho me olha
mas não me pode alcançar
não tenho escolha careta
vou descartar

quem não rezou a novena de
D. Canô
quem não seguiu o mendigo
Joãozinho Beija-flor
quem não amou a elegância sutil
de bobô
quem não é recôncavo e nem pode
ser reconvexo"

o nosso último beijo foi igual ao primeiro

É nessa solidão interna que mora a sua companhia. São inúmeras situações em que estou só, em que estou com você, em que estou dupla de mim. Dupla de mim sou o esforço da razão em barrar qualquer fluxo da fantasia:
Nas sua doçura não ler amor, mas fragilidade.
Na sua procura não ler saudade, mas momentâneo e recorrente tédio do cotidiano.
No teu desejo só ler desejo.
Na tua confusão ler a força das tuas escolhas vencendo.
As escolhas são enxurradas.
Nossa última conversa não parecia uma última conversa. Mas foi.
Nosso último beijo não foi igual ao primeiro. Isso fui eu que imaginei.

2.24.2005

tratamento homeopático

"Para você o que você gosta, d i a r i a m e n t e."

2.23.2005

passado, presente e futuro

já me disse um bom sábio que separar o passado, o presente e o futuro é um bem necessário. um modo inteligente e linear d e organizar a vida. digo isso porque nos alumbramentos que nos devassam há os três tempos simultâneos como acontece de fato.

o passado que são as memórias.

o presente que são os acontecimentos.

e o futuro que acabam sendo os medos e os desejos.

mas o passado acontece agora também quando nos lembramos dos acontecimentos. e o futuro também acontece quando planejamos, projetamos, sonhamos. o presente está se tornando lembrança e o futuro está acontecendo.

vejo nos relatos, memórias, vômitos daqui ritmos diferentes. vidas diferentes. quase que não se relacionando. cada um tem seu tempo. e o tempo é hoje.

queridas, tenham em mim um lembrança, um acontecimento e um sonho bom.

2.22.2005

RELATÓRIO DOIS


ANO 1
Era um grande evento.
Evento no sentido de que não era simplesmente uma inscrição em um curso superior em uma universidade pública - estava me inscrevendo em uma nova vida.
Era um projeto em potencial para dar certo.
Sensação de juventude, vontade de mudar as coisas, de ser melhor, de estudar e aprender muito.

Projeto de grandes amigos e viagens.

***

Teria sido amor a primeira vista? Conversamos sobre isso anos mais tarde e acabamos decidindo por uma "grande empatia" à primeira vista.
Amor era muito para aquele simples encontro e perto de tudo o que ainda estava por vir.


ANO 2
A sensação boa de juventude estava por toda a parte. Desde o caminho no ônibus cheio de estudantes - bixos e veteranos que iam se encontrando antes do tempo.
Mas não estava mais dentro de mim.
Eu tinha o coração nublado.
Costumava pensar minha vida como uma caixinha - nesta época.
Uma caixinha antes cheia de coisas bonitas, alegres, coloridas e muito delicadas.
Alguém havia remexido a caixinha para todos os lados e havia deixado absolutamente tudo fora do lugar.
Muita coisa havia sido quebrada. Muita coisa não tinha mais conserto.
Eu reclamava, não sabia quem tinha sido o culpado - quem tinha o direito de mexer assim na minha caixinha?? E reclamava mais com a vida - você não vai me dar tempo para colocar as coisas no lugar? Não vai me deixar substituir as quebradas por novas?

A maior parte das minhas férias tinha sido horrível. Havia um certo alívio em voltar para São Paulo - não queria continuar na casa da minha mãe.

***

Eu estava com medo. Tinha muito medo.
Sabia o que ainda sentia por você.
Sabia que ia sofrer mais se continuasse, mas não sentia os sentimentos ao meu alcance.
Era algo maior que eu e sobre o qual eu não tinha controle.
Eu sabia que no fundo eu não queria fugir - acontecesse o que acontecesse eu queria estar lá para viver o que seria.


2005
Tudo tão alheio à minha realidade.
Parecia uma outra vida. Nada daquilo tinha me acontecido - teria sido mesmo com outra pessoa?
Tanto as coisas boas como as ruins tão anestesiadas pelo tempo.
A sensação juvenil continua por lá - acho que vai estar sempre.
Quanto à mim - me senti velha.
Pode parecer ridículo aos 22 anos, mas me senti amadurecida.
Olhava as pessoas e pensava - crianças, eu sei como vocês se sentem, já passei por isso antes. Dessas frases que ouvimos a vida toda de nossos pais e torcemos o nariz - duvidando.

***

Você não faz mais parte do meu cotidiano.
Não quis mais e saiu deixando isso bem claro.
Triste.
Mas não me deprimo mais.
Valeu a pena.

Hoje, vivemos um relacionamento de repetições. De sentir às vezes um sentimento antigo - deslocado.

Não consegui tirar as fotos.

só escrevo coisas horríveis

queria ter vomitado você.

tereza, vamos no médico?

outro dia estava pensando assim em vc. e me ocorreu que há mto escuto sobre suas dores. há mto vejo suas dores. e sei que as minhas coisas não são remédios, embora eu possa imaginá-los assim como químicas de felicidades. tenho fórmulas para o coração parar e para voltar a bater. tenho aparelhos que transmutam aureas e correm felicidades. mas não tenho como tirar as dores que vem de terras onde não chego...

vamos ao médico?

2.18.2005

a alegria de viver

Um rostinho abobado, recortado de luz e sombra sob o céu azul e muito iluminado de Ribeirão Preto.
Os braços cruzados no corpo grande e desajeitado de moleque - não saber como gesticular a felicidade.
No lugar onde fica o coração um sentimento enorme e sorridente. A troca generosa entre a vida e a sua fé na vida.
Me lembrei dos abraços que dei e que recebi. Da dilatação do tempo e do espaço fazendo tudo parecer possível. Do quanto podia ter sido melhor e do quanto pode ser melhor, porque é isso que eu desejo e intuo pra você.
A melhor notícia dos últimos meses. O amor por você me permitindo compartilhar a sua alegria de viver.

culpa

Meu coração dói porque meu amor é doente.

por uma vida com menos peso


Todo se transforma
(Jorge Drexler)


Tu beso se hizo calor,
luego el calor, movimiento,
luego gota de sudor
que se hizo vapor, luego viento
que en un rincón de La Rioja
movió el aspa de un molino
mientras se pisaba el vino
que bebió tu boca roja.

Tu boca roja en la mía,
la copa que gira en mi mano,
y mientras el vino caía
supe que de algún lejano
rincón de otra galaxia,
el amor que me darías,
transformado, volvería
un día a darte las gracias.

Cada uno da lo que recibe
y luego recibe lo que da,
nada es más simple,
no hay otra norma:
nada se pierde,
todo se transforma.

El vino que pagué yo,
con aquel euro italiano
que había estado en un vagón
antes de estar en mi mano,
y antes de eso en Torino,
y antes de Torino, en Prato,
donde hicieron mi zapato
sobre el que caería el vino.

Zapato que en unas horas
buscaré bajo tu cama
con las luces de la aurora,
junto a tus sandalias planas
que compraste aquella vez
en Salvador de Bahía,
donde a otro diste el amor
que hoy yo te devolvería......

Cada uno da lo que recibe
y luego recibe lo que da,
nada es más simple,
no hay otra norma:
nada se pierde,
todo se transforma.


do outro lado...


_ Com licença, eu preciso deste espaço do balcão para retirar as bebidas para servir as mesas...
_ Com licença, essa área é reservada para os garçons...
_ Por favor, com licença, eu realmente preciso deste espaço...
_ Licença, por favor...

Um gringo e uma brasileira (interessadíssima em mostrar a ele tudo o que o Brasil tem de melhor) não saiam da minha frente.
Ela já tinha tomado 5 caipirinhas (todas na comanda dele) e falava bem alto para que todos ouvíssemos que estava falando inglês.

Na enésima vez em que eu pedia pacientemente licença ao casal, ouvi um sonoro: FUCK OFF!

Respirei fundo, encarei o gringo e respondi muito bem respondido na língua dele que aquilo não era nem um pouco educado e que ? sim, não precisa ficar com essa cara surpresa ? eu podia falar inglês... e se não for muito incômodo, could you excuse me, please?

O casal não voltou a me importunar. Ele não conseguiu me encarar o restante da noite.

***

_ VIVA A GARÇONETE!

5 rapazes um pouco bêbados e bastante animados fazem uma roda à minha volta e erguem o brinde.

_ garçonete, como você se chama?
_ ah, agora só te chamo pelo seu nome...
_ garçonete, sabia que você é a mais simpática daqui?
_ traz aquela cerveja super gelada pra gente? cliente especial, heim?
_ garçonete, pára de trabalhar um pouco e conversa com a gente... o que você faz nos dias de folga?

Quase tão divertida quanto o show de samba, a garçonete.

_ estou no último ano na usp e trabalho como produtora na tv bandeirantes.

Silêncio... alguns segundos de constrangimento. A expressão do rosto e o tom de voz se tornam sérios.

_ então, o que você tá fazendo aqui?

***

2.17.2005

mrs dalloway said she would buy the flowers herself

eu lhe disse coisas sobre o coração. mas são impressões. porque o coração fica dentro de outras caixas e para mim elas são opacas. não enxergo o coração dela, talvez ocorra o mesmo a ela sobre o meu.

2.16.2005

total eclypse of the heart

Ele me disse que eu tenho um coração fechado.
E eu pensei, demora a se abrir e uma vez aberto segura, trancados com imenso apego, o momento e o sentimento.
E pensei que quero que ele se abra.
E que quero que a minha dramaticidade brega, como dizem, seja uma crise de choro compulsivo que chega ao fim deixando o peito mais leve.
Ah, eu não resisti:

"Turn around
Every now and then I get a little bit lonely
and you're never coming around
Turn around
Every now and then I get a little bit tired of listening to the
sound of my tears
Turn around
Every now and then I get a little bit nervous that the best of
all the years have gone by
Turn around
Every now and then I get a little bit terrified and then
I see the look in your eyes

Turn around, bright eyes
Every now and then I fall apart
Turn around, bright eyes
Every now and then I fall apart

Turn around
Every now and then I get a little bit restless and I dream
of something wild
Turn around
Every now and then I get a little bit helpless and I'm lying
like a child in your arms
Turn around
Every now and then I get a little bit angry and I know I've got
to get out and cry
Turn around
Every now and then I get a little bit terrified but then I see
the look in your eyes.

Turn around, bright eyes
Every now and then I fall apart
Turn around, bright eyes
Every now and then I fall apart

And I need you now tonight
And I need you more than ever
And if you'll only hold me tight
We'll be holding on forever
And we'll only be making it right
'Cause we'll never be wrong
Together we can take it to the end of the line
Your love is like a shadow on me all of the time
I don't know what to do, I'm always in the dark
We're living in a power keg And giving off sparks
I really need you tonight
Forever's gonna start tonight

Once upon a time I was falling in love
But now I'm only falling apart
There's nothing I can do
A total eclipse of the heart
Once upon a time there was light in my life
But now there's only love in the dark
Nothing I can say, a total eclipse of the heart

Turn around, bright eyes
Every now and then I fall apart
Turn around, bright eyes
Every now and then I fall apart


Turn around - Every now and then
I know you'll never be the boy you always wanted to be
turn around
every now and then I know
I know there's no-one in the universe as magical and wonderous
as you
turn around
every now and then i know there's nothing any better
there's nothing thay i just wouldn't do

I need you now tonight
And I need you more than ever
and if you'll only hold me tight
we'll be holding on forever
and we'll only be making it right
'cos we'll never be wrong together
together we can take it to the end of the line
your love is like a shadow on me all of the time

And I need you now tonight
And I need you more than ever
And if you'll only hold me tight
We'll be holding on forever
And we'll only be making it right
'Cause we'll never be wrong
Together we can take it to the end of the line
Your love is like a shadow on me all of the time
I don't know what to do
I'm always in the dark
We're living in a power keg
And giving off sparks
I really need you tonight
Forever's gonna start tonight
Forever's gonna start tonight

Once upon a time I was falling in love
But now I'm only falling apart
Nothing I can say
A total eclipse of the heart
A total eclipse of the heart
A total eclipse of the heart"

Inteira!!!
Alguém mais gosta?

2.14.2005

RELATÓRIO 1

Acordei angustiada com a idéia da tarefa que eu tinha pela frente... estava com medo do que eu sentiria lá... no caminho um monte de lembranças de outras tantas vezes que eu fiz aquele mesmo caminho para ir à casa dele me invadiu a cabeça...

Dessa vez eu sabia que ele não ia estar lá, mas não sabia se achava isso bom ou ruim...
Comecei a chorar um pouco antes de chegar ao prédio dele... queria ir embora...
Entrei.

Encontrei os cães... conversamos do nosso jeito.

Comecei a fotografar o quarto dele e a angústia e o medo foram sumindo... lembrei que eu sempre me senti "em casa" ali, que aquele lugar significa conforto para mim... que ele sempre foi conforto para mim... e me senti bem.

Tocou o telefone... era ele!
Quis saber como estava indo... se tinha sido como eu queria, como eu esperava... não soube responder... só prometi que mostraria o resultado.

Não sei se as fotos ficaram boas... falta de prática... difícil fazer os objetos contarem histórias por si só... gente é muito mais expressiva... escolhi o que contava para mim quem ele é... escolhi o que me contava o que aquele lugar é/foi...

Presença pela ausência... Percebi que ele está comigo porque eu gostaria que estivesse e não por sua presença fisica concreta... ele está comigo pelas coisas que vivemos (lembranças) e pelo o que eu aprendi com ele... ele está comigo porque eu o carrego comigo para os lugares onde vou e no desejo, muitas vezes, de que ele estivesse ali...

***
Queria poder "fotografar" o cheiro!

2.11.2005

" TUDO e a nossa condição"

*Para nós*

"oxalá, me passe a dor de cabeça, oxalá
oxalá, o passo não me esmoreça

oxalá, o Carnaval aconteça, oxalá
oxalá, o povo nunca se esqueça

oxalá, eu não ande sem cuidado
oxalá eu não passe um mau bocado
oxalá, eu não faça tudo à pressa
oxalá, meu Futuro aconteça

oxalá, que a vida me corra bem, oxalá
oxalá, que a tua vida também

oxalá, o Carnaval aconteça, oxalá
oxalá, o povo nunca se esqueça

oxalá, o tempo passe, hora a hora
oxalá, que ninguém se vá embora
oxalá, se aproxime o Carnaval
oxalá, tudo corra, menos mal"

"do que me lembro"

Quando conheci a Rê sabia que ela gostava muito de desenhar e desenhava bem, e sabia que a Ana a adorava.
Achei que ela era bem magrinha e que tinha a cintura mais afilada que eu já tinha visto. E que era sem dúvida muito mais nova do que eu, já na máxima vivência do meu primeiro colegial :p
De resto estava, como ela já sabe, por demais distraída :/

"das coisas que não se explica"

Quando conheci o Márcio achei que ele era muito sério, sabia muitas coisas e não haveria nunca de se interessar por qualquer coisa que eu tivesse a dizer. Quem entende? :)

2.10.2005

confusão

quando eu conheci a renata e a tereza, eu achava que a tereza era a renata e a renata era a tereza.

hoje em dia eu as acho totalmente diferentes. mas me pergunto por que eu haveria de ter confundido as duas ao conhecê-las. ocorreu-me agora pouco que a gente tende a construir parametros e padrões para facilitar a nossa cabeça com algumas coisas. e nessa brincadeira, ao invés de ajudar, a cabeça se confude. talvez tenham uma estatura parecida ou mesmo o físico. mas com o tempo a gente vê que as pessoas são bem diferentes. o que nos torna familiar não são mais referências visuais, mas outra coisa.

e nessas horas eu percebo que sentido faça para cada uma delas.

2.07.2005

Alumbramentos?

A Tê me propôs o blog - após eu quase arrancar a força a tal idéia que ela queria me contar mas não tomava coragem - e me disse: tá, agora só falta um nome.
Respondi: deixa isso pro Márcio... ele é bom com essa coisa de nomes!

Taí!

"tem sim senhor!"

...um pouco desacostumada com essa coisa virtual... talvez vá precisar de uns empurrõezinhos e puxões de orelhas... mas vamos lá!

2.06.2005

alumbramentos

teremos?