alumbramentos

1.25.2007

"O essencial é invisível aos olhos"

1.23.2007

Canto,

Escolher lhe dizer o que eu quero através de uma carta parece pouquíssimo adequado, mas prever as variáveis de um encontro é certamente mais desgastante, eu não conheço esta sua proposta de casualidade. E considerar não lhe dizer nada - depois de tudo - é impensável.
Não, eu não acho que promessas foram feitas para serem cumpridas, assim como não acredito em palavras escritas em nada menos efêmero do que papel e guardadas em nada menos mutante do que nossa memória.
O que me espanta é que as tuas palavras não tenham qualquer raiz. Na copa esta tua boca-cereja rubra não de vergonha, mas do excesso de falar e do vento quente e esfumaçado do teu hálito.
Pensando agora a tua rouquidão me parece sintomática da solidão dos teus olhos. E neles a única coisa que me faz ficar um pouco mais na nossa lembrança, a única coisa que não se tornou ruido, a única coisa sobre a qual você não sabe falar, mas não consegue esconder.

Ana

setembro de 2006