alumbramentos

10.19.2005

lista de regras

com o tempo tinha elaborado uma lista de regras bem precisas de tudo o que deveria fazer para evitar que ele se chateasse.
em pouco tempo, algumas já sabia e se lembrava delas com riso:


- podia se arrumar como quisesse... não importava o decote, saia curta, blusa sem sutiã, corte de cabelo ou maquiagem. ele até gostava.


"mas não se atreva a passar perfume se não for para sair comigo", dizia.

- podia sair com quem quisesse, ir onde quisesse, voltar a qualquer hora... jantares, cinema, reuniões. ele trabalhava todas as noites a noite toda, não se importava.


"mas que eu não te veja ganhando chocolates de ninguém, que eu não sei o que te faço", ameaçava.

- podia xingá-lo do que quisesse, fazer qualquer brincadeira, falar quantas besteiras quisesse... inventar tantas histórias, falar até que o traía, que tinha outros interesses. ele tinha muito bom humor e entendia todas as brincadeiras muito rápido. sempre tinha a melhor resposta na ponta da língua e ganhava o embate.

"não me fale uma besteira dessas... nunca! nem de brincadeira diz que não quer se casar comigo" nervoso, segurando firme o braço dela.

10.03.2005

POEMA COMEÇADO NO FIM

Um corpo quer outro corpo.
Uma alma quer outra alma e seu corpo.
Este excesso de realidade me confunde.
Jonathan falando:
parece que estou num filme.
Se eu lhe dissesse você é estúpido
ele diria sou mesmo.
Se ele dissesse vamos comigo ao inferno passear
eu iria.
As casas baixas, as pessoas pobres,
e o sol da tarde,
imaginai o que era o sol da tarde
sobre a nossa fragilidade.
Vinha com Jonathan
pela rua mais torta da cidade.
O Caminho do Céu.
(adélia prado)