alumbramentos

12.12.2005

brilho eterno

Um cheiro doce.
Tinha uma série de lembranças cansadas que outrora eram a única fonte vital pulsando ofuscada pelo opaco espectro de luz branca do presente.
- Do que você mais gosta?
A moça fazia perguntas difíceis.
E se pudesse parar de pensar?
Achava que sentia alguma coisa parecida com...NADA.
E o nada era além do cansaço, a vontade de pensar o viver outra coisa.
Tudo aquilo: comer, conversar, dançar, ler, amar... Eram como uma mesma coisa e tudo era ameno e bom, ou mais bom do que ruim.
- O céu deve ser essa pasmaceira...
Sim, isso menos as novas vontades.
As novas vontades não levavam para o céu, porque lá já teria morrido.
Abriu os olhos nublados, eram muito iguais os olhos dele, os mesmos.
E era de repente e devagar que ele acontecia (de) novo.
- Tudo se entende de mil maneiras...
As sensações existiam assim, por si, estava no mundo. E a intenção dos gestos era a cumplicidade acidental, um truque de mágica qualquer.
- Me dá sua mão?