alumbramentos

9.16.2005

- Alô?
Tinha dito muitas besteiras, falar demais era isso!
Não ter o que dizer devia durar 5 minutos, depois:
- Tchau!
Queria engolir um sabonete, descia adstringente goela abaixo, quem sabe limpava até o estômago.
-Cala a boca! - voto de silêncio.
O médico mandava botar a língua pra fora e dizer "a" continuamente:
-Vamos ver o que ficou entalado aí na garganta mocinha...
O que ela pensava é que a língua servia melhor para outras coisas.
Encarava o médico acintosa, mas ele não tinha nem culpa e nem desejo, naquele momento.
Saiu com receita em gotas e bolinhas.
E com a cabeça num lugar bem distante do corpo.