alumbramentos

7.21.2005

Aquela música estranha não saía da cabeça, levantou pensando como teria sido se tivessem crescido juntos.
Ao longo da sua linha da vida muitos meninos tinham chamado o mesmo Nome. Todos tinham ao menos a sua simpatia.
Conferia a lista de presença na memória e nem todos respondiam: aqui!
Ficavam girando em torno de si em períodos diferentes de forma que nunca olhavam para ela ao mesmo tempo. Um ao lado do outro formavam uma barreira a sua saída. Era um jogo.
Tipos físicos completamente distintos. Em que se pareciam?
Só havia um jeito de sair, aquele que ela escolhesse abriria espaço, mas sairia, necessariamente, com ela.
Precisava ser criteriosa:
- Eu faço as perguntas!
Sorriram maliciosos. Desconcertada errou:
- Qual o seu nome?
- Nome.
- De que?
- De nada!
Estavam impossíveis!
As idades variavam de 2 a 32 anos. Respirou fundo, fechou e abriu os olhos:
- Vou embora!
Pararam de girar sucessivamente até ficarem todos de frente pra ela.
- Vai! - em coro.
Tinham a mesma...voz?
Olhou com atenção. O mais novo, curioso não ter notado ainda, tinha se distraído recortando formas marinhas em papel celofane.
É ele! Uma criança?!
Pegou rápido no colo, correndo. As mãozinhas afoitas em carregarem o máximo de recortes possível, insuficientes foram deixando o rastro de estrela-do-mar, polvo, peixe, tartaruga, cavalo-marinho.
Leves ao vento, marcaram os caminhos tortos por onde os outros viriam depois. Não tem erro.

1 Comments:

  • At 7:36 PM, Anonymous Anônimo said…

    bom, hein???

    ah, e aquele poema lá deve ser do final do ano passado...

     

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