alumbramentos

6.16.2005

sós

"Estamos sob o mesmo teto"
Sobre o ventre uma mão áspera, não foi carinho, foi acidente,"secreto".
Dois corpos que não se enlaçam - reta e e meia lua - um arco.
"onde o sol indesejável é barrado"
Não os dedos extensão das mãos tocavam os braços dele, mas a vontade extensão dos sentidos, "eu e você".
Ele cheirava forte -sujo e estragado, " sob o mesmo nós".
"dois, sóis/sob o mesmo pôr"
Ana abriu os olhos pesados, veria todos os defeitos dele, um a um, uma soma extraordinária.
Em números altos podia xingá-lo de:
Tudo de errado com o que tinha nascido!
Queria que fosse o pai do seu filho, com ele teria menino. Só podia estar louca..."- o enigma do amor - do sol"
- A pele é o maior órgão do corpo humano. -"onde todo contorno finda" -diferentes cores e texturas, morder até machucar - feriu o lábio inferior.
Como controlar as batidas do coração?
Ele dormia de boca aberta.
Iria xingá-lo de:
Babão! - se ele dissesse qualquer coisa.
Saliva misturada com suor e lágrima - o olho lacrimejava de sono e raiva, "estamos/sob a mesma pálpebra".
Turvo e escuro demais pra ver os defeitos dele.
"agora já e ainda"
Ele dormia sem sentimento.
Xingaria de:
Não me importo!
Ele não se importava, mesmo ("intactos de aurora")
O desejo dela, não vermelho, mas preto.