PORTA 3
[porta larga, mas baixa.
madeira maciça e clara com maçaneta roliça]
aberta, escancarada mesmo.
não tinha como não prestar atenção.
entrava gente, saia gente.
[uma festa?]
entrei.
a porta fechou. tudo ficou em silêncio.
[para onde teriam ido todas aquelas pessoas?]
fiquei só em um cômodo amplo e confortável. tinha uma cama de casal e duas almofadas peludas brancas e grandes. tocava música clássica.
[hum! que cheiro bom! parece cheiro de felicidade!]
começou a doer.
eu olhava em volta e olhava para mim mesma e tentava entender.
não tem nada provocando essa dor. eu não via nada.
nó na garganta. não conseguia falar.
eu estava rouca.
comecei a investigar o ambiente melhor e por trás de cada parede descobri mundos inteiros!!!
eu não podia alcançar tudo aquilo!
eu tão pequena.
como?
[não pode existir só o "aqui", precisa mesmo desse infinito todo?]
doía cada vez mais. minha cabeça começou a doer.
sirene. dois guardas fardados me carregaram pra fora.
eu esperneei, briguei, gritei, chorei como nunca.
eu aprendi a chorar.
- me deixa ficar, me deixa ficar!!!
[você já se esqueceu?]
porta afora fechada.
aberta.
todo mundo entra e sai. ainda muita festa.
eu de longe não quero mais entrar.
[olha! uma das almofadas foi arremessada porta afora!]
- posso ficar com essa de lembrança?
madeira maciça e clara com maçaneta roliça]
aberta, escancarada mesmo.
não tinha como não prestar atenção.
entrava gente, saia gente.
[uma festa?]
entrei.
a porta fechou. tudo ficou em silêncio.
[para onde teriam ido todas aquelas pessoas?]
fiquei só em um cômodo amplo e confortável. tinha uma cama de casal e duas almofadas peludas brancas e grandes. tocava música clássica.
[hum! que cheiro bom! parece cheiro de felicidade!]
começou a doer.
eu olhava em volta e olhava para mim mesma e tentava entender.
não tem nada provocando essa dor. eu não via nada.
nó na garganta. não conseguia falar.
eu estava rouca.
comecei a investigar o ambiente melhor e por trás de cada parede descobri mundos inteiros!!!
eu não podia alcançar tudo aquilo!
eu tão pequena.
como?
[não pode existir só o "aqui", precisa mesmo desse infinito todo?]
doía cada vez mais. minha cabeça começou a doer.
sirene. dois guardas fardados me carregaram pra fora.
eu esperneei, briguei, gritei, chorei como nunca.
eu aprendi a chorar.
- me deixa ficar, me deixa ficar!!!
[você já se esqueceu?]
porta afora fechada.
aberta.
todo mundo entra e sai. ainda muita festa.
eu de longe não quero mais entrar.
[olha! uma das almofadas foi arremessada porta afora!]
- posso ficar com essa de lembrança?
1 Comments:
At 2:02 AM,
Anônimo said…
estará sempre aberta
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